Inicia curso anual na Escola Perau do Encanto

Confira como foi o Módulo A: Princípios do Paisagismo Ecológico

“Um dos pontos principais para quem quer atuar na área de paisagismo é compreender a paisagem onde vive e realiza seu trabalho” destaca Paulo Backes na aula de abertura do Curso Anual de Paisagismo da Escola Perau do Encanto em Nova Petrópolis. O Módulo A iniciou na última sexta-feira, 27 de março, com turma lotada e o curso estende-se até novembro, sempre no último final de semana do mês. Em 2015, os encontros mensais também são oferecidos em São Paulo, no Jardim Botânico Plantarum, localidade de Nova Odessa, para o qual ainda existem vagas.


Ao dar as boas-vindas aos participantes, a arquiteta Gabriela Pizzetti destacou que há 25 anos Toni Backes, o mentor da escola, ministra aulas nesta temática. “O Curso Modular é um início que pode ser aprofundado no Curso Técnico de Paisagismo oferecido na Escola Bom Pastor, em Nova Petrópolis”, informa Toni, acrescentando que muitos alunos do Perau tornaram-se técnicos em paisagismo.


Olhar atento à paisagem

Como explica Paulo, a paisagem resulta da relação entre espaço e tempo, concomitante à evolução da Terra e da vida que a povoa desde 3,8 bilhões de anos. A primeira aula do módulo é uma longa e interessante viagem que parte do Hadeano. Este éon abrange a formação do planeta e o período posterior, caracterizado pela intensa atividade de vulcões e queda de meteoritos. Ao longo da tarde de sexta, o professor discorre sobre peculiaridades da vida primitiva até chegar à configuração atual da atmosfera e dos continentes.

Outro fator fundamental na paisagem é a presença ou a ausência do líquido da vida. “Para entender a dinâmica da paisagem e de seus componentes precisamos analisar sua relação com a água, local onde surgiram os organismos primitivos”. Um exemplo citado por Paulo são os cactos, que vivem em locais de escassez hídrica e foram modificados para segurar a água, e assim, sobreviverem.

“A orgia energética que vivemos atualmente, baseada nos combustíveis fósseis, resultou do sequestro do gás carbônico da atmosfera feito pelas grandes florestas do período Carbonífero”, ressalta o professor. Somente a partir dos últimos quatrocentos milhões de anos, quando as algas fixaram-se nas costas rochosas da crosta continental, a vida saiu dos mares. Toni reforça que “conhecer a história natural, de como se desenvolveu a vida e o planeta é muito importante na formação daqueles que irão trabalhar com paisagismo, principalmente os arquitetos, que compõem cerca de trinta por cento da turma de 2015”.

Após o intervalo, onde os alunos serviram-se do lanche natural servido na varanda da escola, Toni apresentou alguns fundamentos filosóficos do Paisagismo Regenerativo ensinado no curso. “As plantas daninhas são indicadoras espontâneas da qualidade do solo e do meio ambiente onde se encontram. Quando temos isso bem claro e até passamos a adotá-las em nosso cardápio, somos capazes de ter outro entendimento da natureza”. Uma novidade da biblioteca da escola é o livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, com identificação de espécies e receitas. A obra de Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi foi lançada no final do ano.

Imersão na paisagem

Na manhã de sábado, que iniciou com céu encoberto, o grupo teve três grandes paradas para ver na prática os conhecimentos do dia anterior: Morro Properti, Morro Malakoff e Araucária Multissecular. No primeiro, o platô mais elevado do município junto à área urbana, estar acima das nuvens surpreendeu os alunos que identificaram espécies da flora nativa e também exóticas.

Paulo chamou a atenção para o jerivá que teve cerca de metade do seu tronco destruído por insetos fitófagos e ainda assim continua vicejante. “A condução da seiva bruta e da elaborada ocorre na parte que resistiu à herbivoria. Nas monocotiledôneas, a circulação é redistribuída no topo do tronco, assim todos os ramos da palmeira estão bem. Caso ocorresse o rompimento dos vasos condutores em uma dicotiledônea, a parte da planta irrigada por tais vasos morreria."

Outro destaque foi para os lagos do local, elementos usuais no Paisagismo Regenerativo. Entre as plantas aquáticas, Paulo mostra a utriculária, uma planta carnívora de pequenas flores amarelas, que devora insetos. "Mesmo estando parada, a água de um ambiente natural, com ecossistema equilibrado, dispensa preocupações com o mosquito da dengue".

Um paredão extenso, que mostra os derrames de basalto, é a principal atração do morro Malakoff. No caminho, o grupo apreciou as dickias, bromélias que vivem nos paredões rochosos, no seu ambiente natural e encantou-se com jardins espontâneos. "Esta composição tem a aparência dos jardins modernos e naturalistas de paisagistas renomados como Piet Oudolf que cria jardins perenes em grandes cidades", comenta Toni.

Após o almoço no Roda d’água, o grupo visitou o bosque da Araucária Multissecular que impressiona pelo seu tamanho e imponência. Houve muitos abraços, fotos e um minuto de silêncio pelas outras tantas árvores de tamanho semelhante que deixaram de existir nos bosques dos Campos de Cima da Serra.


A última parada antes do retorno foi nos jardins permanentes do Show Garden, junto à Floricultura Úrsula, promovido por esta em parceira com o Perau Do Encanto e outros paisagistas. “Nosso projeto foi o Jardim Planetário, que, no centro da espiral, tem uma esfera de metal onde foram plantadas roseiras amarelas sem espinhos, para que os visitantes possam nela entrar e apreciar a beleza e o perfume de gaia”, conta sua mentora a arquiteta Gabriela Pizzeti. O impacto da biodiversidade e cores do jardim pode ser comprovado na imagem de Ana Pezzi Fontana, que ajoelhou-se para melhor apreciá-lo: ”fiquei completamente encantada”.


Partilha de experiências

“Devemos evitar o corte da grama no outono. Deixando-a florir, favorecemos a regeneração natural dos gramados”, explica Paulo no retorno à escola durante a aula de encerramento do módulo. Outra dica preciosa foi sobre a construção de piscinas naturais, onde as plantas como taboas purificam a água, dispensando o uso de produtos químicos artificiais, reagentes e biocidas.

O professor ressalta a importância de conhecer bem a área onde será desenvolvido o projeto paisagístico, informações que podem ser obtidas em mapas disponíveis na web. “Precisamos comparar mapas de relevo, de altitude, de clima, de vegetação e de solos para ampliar nosso entendimento da paisagem e definir as espécies mais adequadas a ela.”

Conhecer melhor o reino vegetal e sua diversidade é a proposta do próximo módulo, O poder das plantas: Botânica aplicada aos jardins que tem como ministrante Sonja Boechat, doutora em Botânica. Em Nova Petróplis, ele acontece dias 25 e 26 de abril. Em São Paulo, no Jardim Botânico Plantarum, localidade de Nova Odessa, dias 17 e 18 de abril. Para este ainda há vagas e maiores informações podem ser obtidas em www.tonibackes.com.br.

Interessados em Paisagismo Regenerativo e no trabalho desenvolvido pela Escola Perau do Encanto, desde já estão convidados a participar da 5ª edição do Encontro Técnico de Paisagismo Regenerativo, que acontece de 16 a 18 de outubro, no Salão de Eventos de Nova Petrópolis (em breve maiores detalhes).

O registro fotográfico do Módulo A pode ser visto no facebook em: https://www.facebook.com/perau.doencanto

Texto: Cláudia Dreier, jornalista e geógrafa.


Curso de Paisagismo Regenativo desembarca no Jardim Botânico Plantarum

Neste módulo os alunos aprenderam sobre os Princípios do Paisagismo Ecológico.
Confira a seguir alguns momentos de vivência e imersão em Paisagismo!


A bela escultura Bailarina nos dá as boas vindas ao Jardim Botânico Plantarum


Profs. Paulo Backes e Toni Backes convidam a turma a descobrir o Jardim Botânico

Um pouco sobre o Paisagismo Ambiental

Atualmente o paisagismo se coloca como uma proposta para incluir a construção das relações HOMEM x MEIO dentro das expectativas de preservação ambiental, de proteção dos recursos naturais, de defesa dos valores culturais e territoriais, de salvaguardar direitos sociais coletivos e principalmente prestigiar a vida.


Alunos e professores observam o ambiente que ilustra um Jardim tropical

Para atingir tais fins, o Paisagismo Ambiental se propõe ao emprego do conhecimento humano em todos os níveis, desde as técnicas mais simples e rudimentares até a mais sofisticada das tecnologias, pois entende que o Homem moderno é capaz de reconhecer e se incluir em toda a grandeza de sua história e de seus antepassados.

Passeio pelo jardim com diversas espécies gramíneas, da família Poaceae

O Projeto Paisagístico é a busca permanente da harmonização ambiental.

Observação e aprendizado sobre diversas espécies de cactus, da família Cactaceae


Prof. Toni Backes identificando um tipo de araçá, da família Myrtaceae.

E após esta bela caminhada, nada melhor que um lanchinho, com direito a bolo com    
Clitoria ternatea, uma PANC (Planta alimentícia não convencional) colhida e preparada especialmente pelo Chef Andrew Bushee, do Bravíssimo Ristorante.

Bolo com Clitoria Ternatea, preparado especialmente pelo Chef Andrew Bushee, do Bravíssimo Ristorante.

Aguarde mais novidades sobre os próximos módulos!
Ficou interessado em participar desta experiência única de observar a paisagem sob outra perspectiva?
Preencha o formulário de matrícula e nos envie suas dúvidas, clique aqui.



Últimas vagas para o Curso Paisagismo Regenerativo 2015

Estamos encerrando as matrículas para as turmas do Curso Modular Paisagismo Regenerativo 2015.

Se por algum motivo você gostaria de participar do nosso curso e ainda não se matriculou, clique no link abaixo:



➝ Clique neste link e aproveite esta oportunidade agora.

Como eu lhe contei nos últimos e-mails há uma grande dedicação para realizar este curso, organizamos com muito carinho, pois nossos alunos se tornam nossos amigos ao longo do percurso e essa troca e parceria não tem preço!

Se ainda tem dúvidas se este curso é para vc ou não, assista o vídeo abaixo:



Neste vídeo vc poderá assistir os depoimentos de alunos do Paisagismo Regenerativo 2014.

O Márcio é formado em Ciências contábeis e trabalha na área administrativa. Foi em busca de adquirir novos conhecimentos para entender um pouco mais sobre o meio ambiente e a paisagem. 

Não só conseguiu acompanhar tranquilamente a proposta do curso, como também está compartilhando o que aprendeu com seu filho e com amigos.

Já a Natália é formada em Paisagismo e nunca havia visto uma abordagem com foco em Ecologia e observação à paisagem como a do Curso. 

Isso a motivou a viajar todos os meses do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul para estudar e desenvolver este ‘novo conceito’ em Paisagismo elaborado pelo Toni Backes.

Assista e comente abaixo o que achou!

Se tiver dúvidas escreva pra gente: peraudoencanto@redesul.com.br